Ensino digital oferece flexibilidade de horários e preços mais baratos
Estudando por notebooks, smartphones ou tablets, a procura por especializações à distância tem crescido em meio a pandemia do novo coronavírus. Plataformas nacionais e estrangeiras de cursos online tem acompanhado o fenômeno expansivo no número de matrículas em diversas categorias de ensino.
A Udemy?, ?marketplace internacional de cursos online, registrou um crescimento global de 425% no número de matrículas à distância da plataforma. No Brasil, dados da Catho Educação mostram um aumento de 68% nas inscrições para cursos EAD ou semipresenciais logo nos primeiros meses da pandemia.
A alta do mercado de cursos online, segundo a consultora de Marketing Digital Priscyla Caldas, é consequência principal do distanciamento social. Para a profissional, a necessidade de atualizar o currículo com novas especializações começou a ser possível com a permanência de estudantes e profissionais dentro das casas.
“Eu avalio o mercado de cursos online com bons olhos. Eu já fiz essas especializações à distância e continuo fazendo durante o período da pandemia. O interessante nesse método é a conveniência, conforto e disponibilidade que é medida pelo próprio aluno, além de poupar horas estressantes no trânsito para chegar às sedes físicas dos institutos de ensino”, explica.
Priscyla elenca flexibilidade no quadro de horários, comodidade e preços mais baratos como as principais vantagens dos cursos, entretanto, conteúdos cansativos, fácil dispersão e ausência do relacionamento e conversação – que já são presentes em salas de aula tradicionais, são algumas ressalvas da modalidade.
“A chegada da pandemia fez com que apenas as vantagens dos cursos online se destacassem, fomentando o mercado da educação à distância pela quantidade de pessoas que migraram para esse ensino e a exposição das qualidades oferecidas, no entanto é importante investir em didáticas que aproximem o estudante e não deixe o conteúdo cansativo”, elucida.
A frente da ARUNA Marketing, a consultora explica que a realidade mudou tanto para estudantes quanto para as instituições. De acordo com a profissional, centros educacionais e professores tiveram que alterar conteúdos, colocá-los em plataformas digitais, interagir de outro modo com os alunos e reestruturar a mensalidade dos cursos que migraram para o virtual.
Tendo que adaptar-se ao novo modelo de ensino, o biomédico e especialista em Biomedicina Estética, Vinicius Said, 28, explica que conseguiu nas suas aulas trazer o conteúdo teórico igual ao presencial, entretanto, as abordagens práticas do curso que leciona, tiveram consequências no processo de aprendizagem dos alunos.
“O ponto ‘x’ das aulas online estão sendo as demonstrações práticas das técnicas. Pelo fato de o meu curso ser teórico-prático, tive que dispor de mais recursos, como transmissão simultânea ao vivo do procedimento, mas para mim, na condição de profissional, é mais tranquilo do que para os que estão aprendendo pela primeira vez. Sendo presencial, o aluno teria a oportunidade de praticar e eu poderia orientá-lo de uma forma mais direcionada”, afirma.
Segundo o biomédico, apesar de vantagens dos cursos online, como conteúdo consolidados e possibilidade de revisão nas aulas gravadas, o modelo presencial ainda é o seu favorito, visto que consegue passar mais confiança e segurança nas atividades práticas, assim como estimula o relacionamento e a convivência saudável entre os interessados no curso.
Para Priscyla Caldas, Vinícius é a caricatura dos brasileiros que testaram o modelo EAD e ainda estão adaptando os conteúdos virtualmente, analisando benefícios e prejuízos. Segundo a consultora de marketing digital, o superaquecimento do modelo online irá esfriar naturalmente com o “relaxamento” da quarentena, entretanto, não descarta que o mercado sai fortalecido com clientes novos.
“Mesmo o mercado estando em alta agora, o cenário de pós-pandemia ainda é acolhedor para instituições e alunos que aprovaram o método, seja por gostarem do primeiro contato com o EAD ou por causa das vantagens que ele oferece. Eu acredito que o mercado não continuará com números expressivos como agora, mas que em breve seja cada vez mais comum a admissão de conteúdo online e esse fenômeno venha a ser o ‘novo normal’ na educação”, conclui Priscyla.
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